sábado, novembro 10, 2018

IDEOLOGIAS RENEGADAS

Estava passeando pelas entrelinhas da minha memória.
O que diria a estas páginas amarelas?
Não sei se seria conveniente acomodar minhas linhas escritas ou se seria melhor reinventá-las, só que dessa vez com borracha, já que a vida não nos permite ensaios (como certa vez nos disse Chaplin).
Hoje, percebo o quanto o mundo é gigantesco e que (talvez por isso) não me acho enraizada em qualquer parte que seja.
Trago na bagagem grandes abraços, amores amados, calados e revelados; amigos que já se foram e outros que me aquecem; sonhos que adormeceram; vontades sanadas e vícios permanentes.
Ápices. 
Declínios. 
Cicatrizes. 
Assim é a marcha.
Tudo isso compõe a minha existência e sou grata por todos os arranhões, pelos tombos e pelas vezes que senti medo.
Confesso que me sinto um pouco de ferro e que já não sinto o vento bater no rosto, da mesma forma de antes.

domingo, março 18, 2018

Me  pediram pra ficar...
Logo eu que sou do mundo.

sexta-feira, dezembro 01, 2017

Não é sobre o carnaval, mas sobre a FELICIDADE

Observando a timeline, no meu instagram, reparei uma publicação do Diário de Pernambuco, publicação essa que deu origem a algumas inquietações, no meu mundo (acho que só no meu mesmo), mas enfim... A publicação acentuava o seguinte: "Um hino é um hino (o hino é Elefante de Olinda, e só quem é pernambucano estremece quando a orquestra inicia fervorosa esse frevo, que é mesmo um hino pra nossa cultura)! Faltam 70 dias para o carnaval e, para entrar no clima da contagem regressiva, resgatamos este momento nas ladeiras do Sítio Histórico do bloco @euachoepouco. Quem resiste quando chega o refrão: Olinda, quero cantar a ti esta canção (ninguém, e é impressionante, porque mesmo quem não é pernambucano, chora e grita)?".
Bom... Carnavais, malandros e heróis a parte... 
Fiquei aqui com meus botões, mais uma vez, pensando: Puta merda (perdão), o país 'tá' um caos economicamente, politicamente e culturalmente, e o povo contando os dias pra o carnaval. 
É...
Mas, sabe o que pensei logo em seguida?
O povo merece um CARNAVAL DE FELICIDADES. Nesses tempos difíceis, subir as ladeiras de Olinda vai fazer o povo feliz, por pouco que seja, porque além de todos os direitos individuais e coletivos elencados pelo Art. 5º, da nossa Carta Mãe, o povo merece ser feliz. 
A vida não vai ser um eterno carnaval, mas enquanto durar, deixa o povo ser feliz e começar o carnaval no galo da madrugada, porque depois da folia, vem a quarta-feira de cinzas. O povo volta à realidade, volta ao caos, mas nunca vão esquecer do carnaval, porque foram felizes.

GALO DA MADRUGADA: ONDE TUDO COMEÇA - RECIFE/PE 

segunda-feira, novembro 06, 2017

Apenas um desabafo democrático

Recentemente, li um texto da autoria de Lenio Streck, intitulado Ainda podemos indagar por quê ou até isso é obstrução da justiça?, na Coluna Senso Incomum; lembro-me bem as palavras que me chamaram atenção: “Tempos difíceis... Discursos perigosos se multiplicam, dia a dia [...]”. Realidade nua e crua, livre de qualquer máscara que faça bem aos olhos e ouvidos do povo brasileiro.
Ao passo que Lenio aborda a transformação do Direito, exibindo uma visão que nos leva a enxergar a verdadeira mudança comportamental dos alunos, ressalte-se que não apenas nas salas de aula, mas observados no momento em que proliferam argumentos prontos, sem qualquer entendimento ou base sólida. Me coloco a pensar: Será que é esse o nosso destino?
Nossa Constituição Federal está em vigor há exatos 29 anos, tomo a liberdade para dizer que uma das mais belas constituições do mundo: poética e repleta de garantias (que nos faz sentir muito especiais). Entretanto, infelizmente, vivenciamos uma verdadeira crise política, econômica e social, extremamente frágil, compreendo que amar a nossa Carta Mãe vai além de um exercício ufanista, move o nosso próprio interior, assim nos faz duvidar da nossa própria cidadania. Acho que por isso tenho ouvido tantos discursos de pessoas desinformadas, que clamam por uma intervenção militar.
Paro um pouco.
Penso.
Chego à conclusão de que, quem dobra os joelhos e pede por algo desse tipo, não entende a democracia, talvez entendesse se pessoas que nunca vivenciaram uma democracia falassem coisas desse teor. É essa mesma sociedade que clama por uma ditadura, que sequer leu ou vivenciou – de qualquer forma que seja – os 21 anos de repressão que nos calou.
Volto a mencionar, e compreendo a impecável colocação de Lenio Streck, pois são nesses tempos difíceis que os desinformados devem buscar saber o que nunca interessa, para que não corramos o risco de rasgar as páginas da nossa Democracia em forma de Constituição, objetivar fazer diferente, buscar coloca-la em prática, desde os primeiros minutos de vida de cada cidadão brasileiro.
Talvez, assim, possamos deixar de ser piada pronta.


segunda-feira, maio 29, 2017

Apenas voltei e nada mais...

O bom filho a casa torna...

Não poderia ser diferente, venho, de verdade, procrastinando a minha volta, não tenho um motivo certo, mas tenho tantos motivos que não saberia encaixar um deles.

Vamos pensar assim: Apenas voltei...

Espero não mais me ausentar, porque aqui posso falar, posso sentir, posso ser, sem censuras, e quantas censuras ando encarando com o passar do tempo, quantas coisas sendo colocadas de lado e outras, que não são tão importantes, sendo colocadas como prioridades. Não sei definir se estou à mercê do tempo, ou se o tempo esta à mercê de mim.

Não consigo mais criar raízes, porque quando penso, já está na hora de ir embora. Idas e vindas, talvez um Adeus, talvez um Olá, ou quem sabe nunca mais...

O coração anda em prantos, por tantas partidas... Mas que coração?! 
Que saída?! 
Que chegada?! 
E quanta coisa de louco sendo escrita, quanta sanidade sendo mascarada, quantas verdades sendo escondidas... Quanto tempo já passou desde a última vez que sonhei?! 
Acordei na vida real, não sei mais onde estou e nem sei mais pra onde posso ir.

Pontos, vírgulas, loucuras, sorrisos, façanhas... 
O mundo parece estar cada vez mais redondo, ou pode ter sido a minha cabeça que se enquadrou, ficou quadrada de tanto voltas e não parar em lugar algum... 
Que saudade... Saudade de quê? Saudade de quem?! Saudade de quando?!

Quantas perguntas, velho diário... Parece que a cabeça anda maior que quando nos conhecemos, achas que progredi, meu querido?! 
Acho que ando morrendo um pouco a cada dia, e é essa certeza que me faz querer viver cada dia mais. Bebo vinho, bebo água, bebo as vidas que estão à minha volta.

Mas, sabe... Tô vivendo um dia de cada vez, dando o passo de cada vez, respirando da maneira certa pra ver se não falta oxigênio no cérebro, comendo as migalhas que a vida me oferece pra ir sobrevivendo, sendo mais dos outros que de mim, e sabe... viver é uma arte, e se não for pela arte?! Disse Áureo Gandur: Por que a alma pesando no corpo? E se não for pela arte? Porque a alma pesando no corpo? Por quê?

Voltei mais intensa, mas voltei. Alegre-se.
Voltei mais de mim, mas voltei. Espante-se.
Ficarei, mas sem criar raízes. Contente-se.
O objetivo é só deixar a marca, o gosto doce, a lembrança, o que tenho a oferecer de mim. E nada mais.

Por hoje é só, talvez amanhã eu volte mais poesia, voltei mais música, volte mais mundo e menos eu.

segunda-feira, janeiro 19, 2015

Soneto de um rapaz Latino Americano, apenas

Talvez eu tentasse reunir palavras
Mas, eu decidi casar apenas os pensamentos,
Vender meu cinismo.
E comprar mais corações.

Talvez eu quisesse um pouco mais de mim
Mas, achei melhor sentir como todos,
E viver com menos regras, já que tudo é maravilhoso.
E andar com pouca pressa, já que tudo é divino.

Talvez nada do que somos seja real.
Mas, a verdade é que lutamos por cada segundo,
Como pessoas que só esperam por novas ilusões.

E como diria o grande poeta Belchior:

Eu não estou interessada em nenhuma teoria,
Amar e mudar as coisas me interessa mais.




Dedico estas meras palavras ao Grande poeta Belchior.
Belchi, por toda velocidade com que suas músicas entram em minha vida,
e modificam minha rotina.
Com enorme estima e admiração, Gabriela Galindo.


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Meras palavras de alguém que crê em Deus

A intensão de todo ser humano é descobrir mistérios, ir à procura do desconhecido, trilhar novos horizontes, fugir dos perigos da mente e guiar-se através do coração. Nossa maior resistência é ir além, além do que nós mesmos somos, além do que qualquer coisa possa chegar, além do que nós mesmos podemos imaginar.
Existe um trecho bíblico, não lembro-me exatamente qual, que cita algo, mais ou menos assim: Se queres conhecer o Meu poder, o Meu tamanho, basta que olhes pras coisas que construí.
Deus, bondoso, nos presenteou com as melhores paisagens, com as melhores canções, com os mais apurados cheiros e sabores.
Nós? Criamos o avião, para atingir horizontes que só quem tem asas pode perfurar. Imitação mínima da excelência de um Deus perfeito.
Ah! Quantas maravilhas que a nada se comparam com o que a humanidade cria.